terça-feira, 15 de março de 2011

Crepúsculo


Foi ótimo que estivesse aqui quando despertei.
O dia tornou-se agradável com a sua presença.
Às vezes me questiono o fator tempo.
Vivo a procura do meu.
Está perdido? Camuflado? Sequestrado?
Sei que não caberia uma definição.
Eu mesma enrolo-me em espiral.
Porque é menos dolorido eu me culpar
por não retê-lo, do que aceitar que ele se foi.
E é absoluta essa certeza que ele não volta.
Não mesmo. O tempo não volta.
Eu sei que você sabe.
Se ele voltasse, garanto a você,
eu alteraria os ângulos.
É por isto que eu lhe disse
que às vezes (só às vezes) me questiono.
São milésimos de segundo.
Coisa pouca.
E nessa coisa pouca, vasculho uma eternidade.
Mudo a cor, a textura, o sabor.
E o crepúsculo torna-se confortável e deleitável
Como esse chá que tomamos enquanto a noite desperta.

Um comentário:

Anônimo disse...

Para muitas coisas queremos que o tempo parasse, para outras que apenas passasse rápido como os segundos que chegam os questionamentos. Existem coisas que nunca mais serão como foram, e assim novas coisas serão porque assim como o tempo não para, nós também não. Não há como deter-nos diante da relidade, e bom mesmo é degustar um chá calmamente. Profundo demais teu texto querida. Beijos no coração, e perdoa por não conseguir ser síntese, sou prolixa mesmo. Então meus comentários ficam enormes, porque preciso penetrar no texto e senti-lo todo. Lindo dia pra você Dôra.