domingo, 3 de abril de 2011

Viva voz


Tua sede de tantas águas
Todas límpidas, todas calmas
Tenho-as aqui
Em minha boca que fala.
Palavras ditas baixinho
São como aves no ninho
Que sonham com o despertar.
E como a noite é insone
Brincamos de sermos poetas
Até o dia raiar
Criamos a nossa trama
Trançamos nas pernas
A fome
O que irá nos saciar?
Ai de ti,
Que te afogas
Em minhas águas
Ai de mim
que nelas queimo
já que são quentes e
sem meios de esfriar.

Minha boca nunca se cala.

Nenhum comentário: