sábado, 23 de abril de 2011

À Espreita

Parecia que eu estava presa a um questionário inquestionável.
Metáforas a serem construídas utilizando lógica e razão
E eu, atada a emoção, sentia-me afundando em mar profundo
Buscando entender o meu próprio Eu.
Não sou uma incógnita nem uma definição
Não corro atrás do vento para conter seu ritmo
Nem construo muralhas para detê-lo
Não lambo estrelas para roubar-lhes o brilho
Nem assino telas que nunca pintei
Na minha simplicidade cultivo flores
Em jardins diáfanos e quintais sem reis
Onde os pássaros voam e deixam sementes
Enquanto gorjeiam sem buscar o além
Não possuo a verdade nem um fato concreto
Nem mesmo suporto o indecifrável
Já que a linha é reta e a página espera
A frase inédita que sempre aguardei.

Um comentário:

Henrique disse...

Há uma sutil mudança de métrica, ou de ritmo, não sei bem. Mas ficou lindo, sem a menor duvida.Um beijo.H